O termo Doença Ulcerosa Péptica (DUP) é amplamente utilizado para incluir ulcerações e erosões, no estômago e duodeno, causando lesões que podem variar de milímetros a vários centímetros.
Em geral, essas úlceras são causadas pela bactéria Helicobacter pylori ou por uso de anti-inflamatórios não hormonais (AINHs), pois ambos prejudicam as defesas e a capacidade de reparação da mucosa, tornando-a mais suscetível ao ácido gástrico.
Além dos dois fatores citados acima, predisposição genética pode justificar o seu aparecimento. O estresse também pode estimular a secreção de ácidos estomacais, causando danos nos tecidos.
É importante ressaltar que as úlceras podem aparecer em qualquer idade, incluindo bebês e crianças, mas são mais comuns nos adultos. Então, é muito importante ficar atento aos sintomas.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas dependem da localização da úlcera e da idade do paciente, mas a dor é o sintoma mais comum, descrito como queimação. Vale mencionar que em muitos casos, principalmente em idosos, os pacientes podem ser oligossintomáticos ou assintomáticos.
Os sintomas da úlcera gástrica não seguem um padrão consistente, onde a alimentação pode piorar os sintomas ao invés de aliviá-los. Mas, principalmente quando as úlceras se encontram no canal pilórico, em geral são associadas a sintomas de obstrução - como distensão e náuseas - causados por edema e cicatrização. Vômitos e fezes com presença de sangue também podem ser relatados.
Patogênese e fatores de risco
Há muitas décadas, o ácido gástrico e a pepsina são considerados os principais agentes na patogênese da DUP. Isso porque a integridade da mucosa gástrica depende do equilíbrio entre a secreção de substâncias agressivas (ácido e pepsina) e substâncias defensoras (bicarbonato e mucina, por exemplo). A exposição de tecidos sem esta proteção adequada leva a degeneração e morte celular com formação de úlcera.
Entretanto, estudos recentes revelam que a doença é multifatorial, decorrendo também de desequilíbrios na fisiologia da secreção dos hormônios gástricos induzidos pela infecção de H. pylori e pelo uso de AINHs, como mencionado anteriormente.
Outros fatores de risco são uso de drogas, genética, tabagismo, álcool, distúrbios emocionais, dieta, gastrintoma com ou sem neoplasia neuroendócrina múltipla e mastocitose sistêmica. Por isso, é necessária uma investigação adequada.
Diagnóstico
A endoscopia é a principal estratégia utilizada para diagnosticar esse tipo de lesão. O exame é realizado sob sedação, o que permite a análise de todo o esôfago, estômago e duodeno de forma tranquila e sem desconfortos para o paciente.
Outros exames com raio X do abdômen e análise dos ácidos gástricos podem ser métodos úteis para complementar o diagnóstico da doença em alguns casos.
Recomendações
Caso você tenha úlceras ou predisposição para desenvolvê-las, alguns cuidados podem ajudá-lo a controlar as crises: tenha mais momentos de lazer para diminuir o estresse, evite alimentos que estimulem a produção de ácidos (chá, café, refrigerantes e bebidas alcoólicas), procure suspender o tabagismo e o uso de medicamentos como aspirina ou anti-inflamatórios.
Consulte seu médico de confiança para que ele possa te indicar medicamentos menos prejudiciais à mucosa estomacal, antiácidos que ajudem a diminuir os sintomas ou antibióticos, no caso de infecção por Helicobacter pylori.
Quando não tratada de forma adequada, complicações como hemorragia, obstrução do canal pilórico, perfuração dos tecidos no estômago podem trazer consequências mais sérias.
Portando, ao aparecerem os primeiros sintomas, procure seu gastroenterologista de confiança!