A Pancreatite Aguda (PA) é uma condição inflamatória do pâncreas, caracterizada por lesões locais, síndrome de resposta inflamatória sistêmica e falência de órgãos.
Geralmente, o problema se inicia por uma deficiência na drenagem e escoamento do suco pancreático, ocorrendo uma autodigestão da glândula pelas enzimas pancreáticas. Uma vez deflagrado esse processo de autólise, a evolução da pancreatite aguda (leve, moderada ou grave) já está pré-determinada.
A causa mais comum é secundária a litíase biliar (cálculos na vesícula), seguida por abuso do álcool, uso de alguns medicamentos e hipertrigliceridemia.
A maioria dos casos são leves, porém 20% dos pacientes podem apresentar complicações, como necrose e infecções sistêmicas, o que caracteriza a forma grave da doença - deixando a taxa de mortalidade entre 7 e 15%.
Entretanto, se a pancreatite aguda for acompanhada de insuficiência respiratória, renal e hepática, a taxa de mortalidade aumenta muito - cerca de 43%, 63% e 83%, respectivamente.
Devido sua grande repercussão sistêmica e mortalidade, a PA é investigada e estudada intensamente pelo mundo e descobriu-se que há maior prevalência da doença no sexo feminino (2:1), em obesos e na faixa etária entre 50 e 70 anos.
Identificando os sintomas
A Pancreatite Aguda pode começar de modo súbito, com fortes sintomas desde o início, ou pode se estabelecer gradativamente com intensidade de sintomas variáveis.
O sintoma mais comum é a dor abdominal, geralmente intensa e localizada no andar superior do abdômen, associado a náuseas e /ou vômitos. Soluços, distensão abdominal, diarreia, irritação peritoneal, icterícia e petéquias também podem fazer parte do quadro clínico.
Como é feito o diagnóstico
O conjunto de achados do exame físico, resultado de laboratoriais e de imagem com contraste (tomografia de abdômen ou ressonância) são essenciais para o diagnóstico, ajudando a determinar a natureza da doença e a gravidade do quadro.
Além disso, essa investigação é importante para descartar outras causas de dor abdominal como a úlcera péptica perfurada e a obstrução intestinal, por exemplo.
Quanto antes for identificada, menor o risco de complicações e evolução da doença, evitando coleções e abscessos pancreáticos, pseudocisto, hemorragia e fístula pancreática.
Tratamento e outras recomendações
O manejo inicial da pancreatite aguda é a reposição de líquidos, a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, suporte nutricional adequado, prevenção ou identificação e tratamento de complicações locais e sistêmicas. O uso de antibióticos de largo espectro sem sinais de infecção é controverso.
O ideal é, assim que observar os primeiros sintomas, procurar o seu médico gastroenterologista de confiança, de forma a identificar a doença em sua fase inicial e começar o tratamento imediato.