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  5. Entendendo as gastrites e seus sintomas
Sumário

Nos dias de hoje, a gastrite é uma doença muito comum. Ela é causada por uma inflamação na mucosa que reveste o estômago, decorrente de diversos fatores, os quais serão abordados mais adiante.

A gastrite é classificada com base em seus aspectos clinicopatológicos, patogenéticos e endoscópicos, podendo ser um quadro agudo ou crônico, dependendo do tipo de infiltração de células inflamatórias.

Gastrite crônica

Com exceção da gastrite de origem autoimune, a Helicobacter pylori é a causadora da grande maioria dos casos de gastrite, afetando por volta de ⅔ da população mundial.

Essas bactérias causam uma inflamação antral difusa, que se espalha pelo corpo gástrico, causando uma atrofia e concomitante diminuição da secreção gástrica - consequências resultantes de uma metaplasia intestinal (MI).

A MI é definida pela substituição da mucosa gástrica normal por um epitélio semelhante à mucosa do intestino delgado, o qual acaba facilitando a migração proximal da H. pylori, levando a gastrite ao corpo gástrico.

Existem algumas evidências na literatura em que a neoplasia gástrica estaria relacionada com a progressão sequencial de gastrite crônica para gastrite atrófica, metaplasia intestinal, displasia e, por fim, carcinoma.

Esta sequência da carcinogênese gástrica (“Cascata de Correa") seria, portanto, iniciada pela infecção por H. pylori.

Outras causas já identificadas de gastrite crônica são Citomegalovírus, Herpes vírus, Enterovírus, Micobactérias, S. aureus, Clostridium sp., Actinomicose, fungos e parasitas.

Gastrite atrófica metaplásica autoimune (GAMA)

Esta é a segunda principal causa de gastrite crônica e estima-se que ela afete cerca de 2 a 5% da população mundial. Geralmente, é associada a outras doenças autoimunes (como problemas na tireoide ou diabetes mellitus tipo 1). Ela pode ocorrer em qualquer idade, entretanto, a média entre os diagnosticados com a doença é de 60 anos.

Como o próprio nome sugere, trata-se de uma destruição autoimune das glândulas gástricas, do fundo e do corpo do estômago. É comum que progrida para atrofia das glândulas do corpo gástrico, sendo substituídas por glândulas metaplásicas em 50% dos pacientes.

A redução na produção de suco gástrico interfere na absorção de nutrientes, causando anemia ferropênica e anemia perniciosa. Há evidências que a presença de H. pylori pode levar a uma doença autoimune mais agressiva.

Gastrite aguda

A Helicobacter pylori também tem elevada prevalência nos casos de gastrite aguda. Esta hipótese foi claramente demonstrada após voluntários saudáveis ingerirem esses organismos, vindo a desenvolver a doença de forma leve (dor epigástrica, náuseas e vômitos, sem febre). Sintomas associados a alterações inflamatórias agudas na biópsia.

Entretanto, o abuso de medicamentos, toxinas, bebidas alcoólicas, cocaína, estresse, refluxo biliar e radiação, por exemplo, também podem gerar quadros de gastropatias.

Quadro clínico

O sintoma mais comumente relatado pelos pacientes são dor na parte superior do abdômen, geralmente relacionada à ingestão de alimentos. Mas aqui também pode ocorrer náuseas, vômitos, sensação de plenitude pós-prandial, saciedade alimentar precoce (mesmo com a ingestão de porções pequenas de alimentos), perda de apetite, discreta distensão abdominal e azia.

Ao observar alguns desses sintomas, busque o seu gastroenterologista para que seja feita uma investigação e o diagnóstico correto.

Como é feito o diagnóstico?

Os exames que mais contribuem para o diagnóstico da doença são os testes invasivos e os não invasivos. O primeiro conta com um estudo histológico: endoscopia, teste rápido da urease, cultura bacteriana e PCR com o material da biópsia. Já o não invasivo, utiliza teste respiratório, a sorologia e o PCR em antígeno fecal.

Na grande maioria das vezes, o exame de endoscopia digestiva alta com biópsia e pesquisa de H. pylori são o suficiente para o diagnóstico da gastrite.

Como tratar a doença?

Uma vez diagnosticada, a gastrite será tratada de acordo com a sua causa. Por exemplo, em casos de infecção por H. pylori, a erradicação da mesma poderá ser feita através de medicamentos específicos com agentes supressores da secreção ácida, prescritos pelo médico de confiança.

Portanto, nunca se automedique. E ao surgirem os sintomas, procure sempre um especialista para que você possa receber o tratamento mais adequado!

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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