Você provavelmente já ouviu que a saúde começa pela boca. E sim, é verdade, afinal ela é o ponto de partida do aparelho digestivo. Ele se inicia pela boca, mas também compreende o esôfago, estômago, intestino delgado, grosso e ânus, além de órgãos anexos e igualmente importantes, como o fígado, vesícula biliar e pâncreas. A gastroenterologia é a especialidade médica responsável pelos cuidados de todo esse sistemas.
As doenças mais frequentemente tratadas por essa especialidade médica são a gastrite, a esofagite, o refluxo, a úlcera, constipação intestinal, a doença diverticular dos cólons, as pedras na vesícula e a pancreatite. Outras doenças como a intolerância à lactose, síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais (Retrocolite ulcerativa e doença de Crohn), doença celíaca e condições mais complexas, como o câncer gástrico, também são comuns.
Devido à relação com a alimentação, distúrbios no aparelho digestivo podem causar repercussões na saúde psicológica, imunológica e neurológica. Assim, toda alteração gastrointestinal deve ser investigada para tratamento ainda no estágio inicial, para melhora da qualidade de vida e prevenção de complicações no longo prazo.
Portanto, se apresentar azia, má digestão, dores abdominais, alteração no hábito intestinal, vômitos ou outros sintomas relacionados, não hesite em procurar um médico gastroenterologista! Este especialista irá realizar uma anamnese minuciosa e exame físico detalhado, a fim de definir o diagnóstico adequado. Nesse processo podem ser solicitados exames como endoscopia, colonoscopia, ultrassom, tomografia, ressonância magnética e outros. Com os resultados à mão, bem como o histórico familiar de doenças e hábitos do paciente, é possível traçar um plano de tratamento adequado e assertivo, além de indicar mudanças no estilo de vida para melhora da saúde gastrointestinal. Conte com o gastroenterologista para prevenção e tratamento das doenças e transtornos ocorridos no sistema digestório. Não negligencie sintomas, o diagnóstico precoce pode recuperar o seu bem-estar!
Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.
Confira, a seguir, algumas das dúvidas mais comuns sobre as doenças do fígado, quem sabe uma delas é a sua!
A ida ao gastroenterologista é indicada quando há sintomas que envolvam órgãos relacionados à digestão, como pro exemplo o esôfago, estômago, intestino, pâncreas e fígado. Assim, caso a pessoa sinta enjôo, dor abdominal, diarreia, aumento da barriga ou queimação no estômago, por exemplo, é indicado consultar o gastro.
Sim, e é de fácil manejo. O paciente deve retirar o glúten de sua dieta ao longo de toda a vida, ainda que passe a não ter os sintomas iniciais. É fundamental seguir corretamente, já que a agressão constante à mucosa de pacientes celíacos aumenta o risco de desenvolvimento de câncer no intestino delgado e até doenças neurológicas. Busque orientação profissional para tratar a condição e realize uma reeducação alimentar de maneira saudável!
Entre as principais patologias do aparelho digestivo diagnosticadas e tratadas pelo gastroenterologista estão: doença do refluxo gastroesofágico, gastrite, úlcera gástrica e duodenal, síndrome do intestino irritável, intolerância à lactose, doença celíaca, constipação, doença diverticular e doenças inflamatórias intestinais. Desconfortos abdominais e azia, por exemplo, são sintomas característicos que merecem atenção.
É um grupo de sintomas que inclui dor abdominal e problemas de motilidade intestinal, sem qualquer evidência de doença orgânica. Estes sintomas manifestam-se por um longo período, até mesmo por anos. A causa de SCI não é clara, mas há hipóteses de problemas na sinalização química entre o cérebro e o sistema digestivo, sensibilidade à dor e alimentos, infeções e fatores genéticos. O diagnóstico clínico é baseado em sinais e sintomas.
O refluxo é uma condição clínica muito frequente no nosso dia a dia. Embora ainda seja confundido com a má digestão, o refluxo acarreta um grande impacto na alimentação e na qualidade de vida dos pacientes. São sintomas do refluxo a azia, queimação, tosse seca, mau hálito e o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago em direção à boca. Quando não identificado e tratado, o refluxo pode evoluir para casos mais sérios como fibrose pulmonar e até mesmo câncer no esôfago.
Constipação ou prisão de ventre é quando ocorre menos de três evacuações por semana, muito esforço para evacuar, a sensação de não esvaziar o intestino completamente ou que há algo o bloqueando. Existem muitas causas da prisão de ventre, sendo comum: insuficiência de fibras na alimentação, falta de atividades físicas e mudanças orgânicas, como a gravidez. Quando associada a doenças, é fundamental realizar o acompanhamento médico.
A indigestão é uma dor no abdome ou sensação de estômago cheio, enjoos e vômitos. Entre os fatores que podem levar à má digestão estão: comer depressa sem mastigar direito os alimentos, beber muito durante as refeições, abusar de alimentos gordurosos e frituras. Os sintomas podem desaparecer com a mudança dos hábitos alimentares ou após uso de medicação. Mas não se automedique: se houver qualquer desconforto, procure um médico gastroenterologista!
O Helicobacter pylori parece ser um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento do câncer de estômago, especialmente na parte inferior do órgão, e uma infecção de longa data pode produzir inflamação e lesões pré-cancerígenas no revestimento interno do estômago. Pacientes com câncer de estômago têm maior chance de ter infecção por H. pylori do que pessoas sem a doença, mas os infectados nem sempre desenvolvem câncer.
Intolerância à lactose é quando existe a deficiência de lactase, enzima necessária para a degradação da lactose (açúcar presente no leite de vaca e seus derivados) em glicose e galactose. Os sintomas comuns no trato digestivo são: dor e distensão abdominal, cólicas, flatulência, diarreia, náuseas e vômitos. O diagnóstico, além da avaliação clínica, pode ser realizado por exame de sangue (teste de tolerância à lactose ou teste genético), teste respiratório ou biópsia intestinal.
A maioria dos diagnósticos de gastrite não têm relação com o desenvolvimento de tumores. Porém, úlceras decorrentes desta condição podem aumentar esse risco. A gastrite atrófica crônica, que ocorre quando nossos anticorpos atacam o revestimento do estômago, é um tipo de gastrite que pode contribuir para o desenvolvimento de células cancerígenas. Portanto, é importante realizar o acompanhamento médico corretamente.
Doença celíaca é uma condição genética que se caracteriza por intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Ao se manifestar, o sistema imunológico agride a mucosa do intestino delgado, reduzindo sua superfície. Com isso, ele perde a capacidade de absorver os nutrientes dos alimentos, o que enfraquece o paciente e aumenta sua chance de desenvolver diversas doenças, desde desnutrição até osteoporose.
Sim! Dietas ricas em alimentos defumados, peixes salgados, carne e vegetais em conserva aumentam o risco de desenvolvimento de câncer de estômago em pessoas com predisposição genética. Nitratos e nitritos são substâncias comumente encontradas em carnes curadas, e podem ser convertidas pelo H. Pylori em compostos que causam câncer de estômago. Por outro lado, comer frutas e verduras parece ser uma medida preventiva.
