O transplante de fígado é um procedimento complexo indicado em situações em que o fígado do paciente já não consegue desempenhar sua função de forma correta, o que acaba prejudicando a saúde do paciente como um todo. Entenda como funciona!
O transplante de fígado é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção do fígado danificado ou doente e sua substituição por um fígado saudável de um doador vivo (inter vivos) ou já falecido (cadáver).
O transplante de fígado é geralmente realizado em pacientes que têm doenças hepáticas graves que não respondem ao tratamento médico convencional, como a cirrose hepática, hepatite fulminante e câncer de fígado.
Nesse artigo abordaremos como funciona o transplante de fígado, quando é indicado e os cuidados necessários no pós-operatório. Leia até o final e tire suas dúvidas!
O transplante de fígado é necessário quando o fígado está tão danificado ou doente que não pode mais funcionar adequadamente e não responde mais ao tratamento médico convencional. Algumas das condições que podem exigir um transplante de fígado incluem:
Todo paciente portador de umas das condições acima deve ser avaliado por médico hepatologista para fazer uma completa e minuciosa avaliação da sua condição de saúde e necessidade de ser incluído em fila de espera para transplante de fígado.
Procedimento
O procedimento de transplante de fígado é uma cirurgia complexa que pode durar várias horas e envolve várias etapas. As etapas incluem:
Após a cirurgia, o paciente será monitorado cuidadosamente na unidade de terapia intensiva e poderá precisar ficar no hospital por vários dias ou semanas, dependendo da gravidade da doença hepática e da recuperação pós-operatória.
É importante lembrar que o transplante de fígado é um procedimento complexo que os pacientes devem seguir cuidadosamente as instruções médicas e tomar medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do novo fígado e ter uma sobrevida longa, geralmente de 80 a 90% no primeiro ano e de 50 a 70% em 5 anos. Houve uma grande melhora nas taxas de sobrevida nos últimos anos com o avanço das técnicas cirúrgicas e descoberta de novas drogas imunossupressoras, possibilitando ao paciente transplantado viver por anos, com excelente qualidade de vida.
Após a alta hospitalar, o paciente deve passar por avaliações médicas e da equipe multidisciplinar (enfermagem, nutricionista, fisioterapia) regularmente, garantindo sua recuperação e bem-estar.
Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.
Confira, a seguir, algumas das dúvidas mais comuns sobre as doenças do fígado, quem sabe uma delas é a sua!
Qualquer pessoa, criança ou adulto, cuja vida está seriamente comprometida por uma doença hepática grave e irreversível pode ser candidato ao transplante hepático, depois de esgotadas todas as demais alternativas de tratamento clínico e cirúrgico.
Sim! As complicações comuns são sangramentos, rejeição, infecção, retorno da doença de base no fígado novo e complicações na drenagem de bile. As mais graves e menos comuns são: não funcionamento do novo fígado e trombose da artéria hepática, que podem necessitar de novo transplante urgente. Vale destacar que a interrupção dos imunossupressores desencadeará rejeição, possibilidade de perda do órgão transplantado e risco de vida.
É a cirurgia que consiste na retirada do fígado doente de um paciente portador de uma doença hepática crônica ou aguda para colocar, no mesmo lugar, um fígado doado pela família de alguém com morte encefálica, ou parte do fígado de um doador vivo, doado por um familiar.
Pacientes com hepatite fulminante tem prioridade na fila. O risco de morte é mensurado por um índice matemático chamado Model for End-Stage Liver Disease (MELD – Modelo para a Doença Hepática em Estágio Terminal, em tradução aproximada). O cálculo é feito com base nos exames laboratoriais do doente. Quanto maior for o resultado desse cálculo, mais à frente na lista o paciente é posicionado.
Basicamente o procedimento consiste em:
Retirada do fígado do receptor;
Retirada do fígado do doador;
Implante do fígado do doador no receptor.
A sobrevida de pacientes transplantados de fígado no primeiro ano é de 80 a 90% e, em 5 anos, de 50 a 70%. Houve uma grande melhora nas taxas de sobrevida nos últimos anos com o avanço das técnicas cirúrgicas e descoberta de novas drogas imunossupressoras, possibilitando ao paciente transplantado viver por anos, com excelente qualidade de vida. É fundamental realizar o acompanhamento médico e não interromper a medicação.
A fase pré-operatória do paciente inclui uma cuidadosa avaliação do funcionamento de outros sistemas fisiológicos importantes, como o cardiovascular, o neurológico, o respiratório e o renal. O preparo e acompanhamento psicológico dos pacientes e seus familiares são fundamentais para a adequada compreensão e aceitação do procedimento, assim como em sua adesão ao programa de transplante que, uma vez iniciado, se estende por toda a sua vida.
O tratamento curativo da cirrose é o transplante hepático, onde o fígado cirrótico é substituído por um fígado inteiro, no caso de doador cadáver, ou parte dele, no caso de transplante intervivos (um membro da família compatível é o doador). É indicado para pacientes que têm complicações da doença, que não respondem ao tratamento clínico ou que têm câncer de fígado. Para saber mais sobre o tema, agende sua consulta!