A hepatite C é uma infecção viral que acomete o fígado causada pelo vírus da hepatite C (VHC). Essa doença é uma das principais causas de hepatite crônica, que pode levar a problemas hepáticos graves, como cirrose hepática, insuficiência hepática e câncer de fígado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 71 milhões de pessoas estejam vivendo com hepatite C em todo o mundo. A maioria dos casos está concentrada em países de baixa e média renda, onde a transmissão do vírus é mais comum devido a fatores como uso de drogas injetáveis, práticas de saúde não seguras e falta de acesso a serviços de saúde adequados.
No Brasil, a hepatite C também representa um desafio à saúde pública. De acordo com o Ministério da Saúde, entre os anos de 1999 e 2019, foram notificados mais de 700 mil casos de hepatite C no país. É importante destacar que esse número pode subestimar a real prevalência da doença, uma vez que muitos casos podem ser assintomáticos ou não diagnosticados.
Identificar quem tem o VHC é fundamental para um diagnóstico precoce, tratamento adequado e eliminação da sua transmissão!
Vamos entender como isso pode ser feito a seguir.
Transmissão do VHC
O VHC é transmitido principalmente pelo contato direto com sangue infectado. As principais formas de transmissão incluem:
- Compartilhamento de agulhas e seringas entre usuários de drogas injetáveis;
- Transfusões de sangue ou transplante de órgãos antes de 1992 (quando os testes para o vírus da hepatite C não eram tão precisos);
- Uso de equipamentos médicos não esterilizados;
- Transmissão vertical (da mãe infectada para o bebê durante o parto);
- Compartilhamento de objetos cortantes, como lâminas de barbear ou escovas de dente, em ambientes de risco.
Quais são os sintomas da hepatite C?
A maioria das pessoas infectadas com o vírus da hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda da infecção. Quando os sintomas aparecem, eles podem incluir fadiga, febre leve, dores musculares e articulares, náuseas e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), dentre outros.
No entanto, a hepatite C é frequentemente diagnosticada em fases mais avançadas da doença, quando já causou danos significativos ao fígado.
Quem tem maior risco de ter hepatite C?
Pessoas que estão expostas a determinados fatores de risco têm maior probabilidade de contrair o vírus da hepatite C. Alguns dos principais grupos de risco incluem:
- Usuários de drogas injetáveis: O compartilhamento de agulhas e seringas entre usuários de drogas é uma das principais formas de transmissão do VHC.
- Pessoas que já receberam transfusões de sangue ou transplantes de órgãos antes de 1992: Antes dessa data, os testes para detecção do vírus da hepatite C não eram tão precisos, o que aumentava o risco de transmissão por meio de sangue contaminado.
- Pessoas que fazem hemodiálise: Pacientes em tratamento de hemodiálise podem ser expostos ao vírus da hepatite C se os protocolos de esterilização não forem rigorosamente seguidos.
- Profissionais de saúde: Em ambientes de risco, profissionais da área da saúde podem ser expostos ao sangue ou fluidos corporais de pacientes infectados.
- Pessoas que realizaram tatuagens ou piercings em condições não seguras: Se os equipamentos não foram devidamente esterilizados, pode haver risco de transmissão do VHC.
- Transmissão vertical: Bebês nascidos de mães infectadas pelo VHC têm maior risco de contrair o vírus durante o parto.
- Compartilhamento de objetos cortantes não esterilizados: Compartilhar objetos como lâminas de barbear ou escovas de dente pode aumentar o risco de transmissão do VHC.
- Práticas sexuais de risco: Embora o risco de transmissão sexual do VHC seja considerado baixo, ele pode aumentar em pessoas com múltiplos parceiros sexuais ou que praticam sexo sem proteção.
Como se faz o diagnóstico?
Para identificar a hepatite C, são realizados testes específicos:
- Teste de Anticorpos Anti-VHC: O primeiro passo é um teste de sangue para detectar anticorpos contra o vírus da hepatite C (VHC). Se esse teste for positivo, indica que houve exposição ao vírus em algum momento, mas não necessariamente uma infecção ativa.TODO INDIVÍDUO ADULTO DEVE REALIZAR ESTE TESTE AO MENOS UMA VEZ NA VIDA!
- Teste de RNA do VHC: Para confirmar a infecção ativa, é feito um teste de RNA do VHC para detectar a presença do material genético do vírus no sangue. Esse teste indica a carga viral no organismo, permitindo avaliar a atividade da infecção.
A prevenção é essencial para evitar a hepatite C. Evite compartilhar agulhas e objetos cortantes, pratique sexo seguro e tome cuidado com procedimentos invasivos realizados em ambientes não esterilizados.
A conscientização sobre a doença é fundamental para proteger nossa saúde hepática. Consulte um médico hepatologista se você está no grupo de risco ou suspeita que pode estar infectado, não hesite, cuide da sua saúde !
