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  5. Doença Diverticular do Cólon: uma visão abrangente
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A doença diverticular do cólon é uma condição gastrointestinal caracterizada pela presença de pequenas bolsas saculares, conhecidas como divertículos, que se formam nas paredes do cólon. Esses divertículos, frequentemente encontrados na parte final do intestino grosso, podem inflamarou infectar, levando a diversas complicações clínicas.

A doença diverticular se manifesta mais na idade adulta, sendo rara em indivíduos com menos de 40 anos. É mais comum em países ocidentais industrializados, onde a dieta de baixa fibra é predominante. Estima-se que, aos 60 anos, aproximadamente metade da população possa ter divertículos, e esse número aumenta para cerca de 70% aos 80 anos.

Causas e sintomas:

A formação de divertículos ocorre principalmente devido à pressão aumentada dentro das alças intestinais.

A dieta pobre em fibras é frequentemente associada ao desenvolvimento da doença diverticular, já que a falta de fibras pode levar a movimentos intestinais irregulares e ao aumento da pressão no cólon.

Fatores genéticos, envelhecimento, obesidade e falta de atividade física também contribuem para o desenvolvimento da condição.

A maioria dos pacientes com doença diverticular não apresenta sintomas (diverticulose assintomática). No entanto, quando ocorrem complicações, os sintomas podem incluir dor abdominal, especialmente no lado esquerdo inferior, febre, náusea, vômito, alterações nos hábitos intestinais (constipação ou diarreia) e sangramento retal.

Complicações da doença:

 1. Diverticulite:

A diverticulite aguda ocorre quando os divertículos ficam inflamados ou infectados, geralmente devido ao acúmulo de resíduos de alimentos e bactérias nas bolsas. Isso pode levar a sintomas graves e complicações. Não existem comprovação científica sobre a ingestão de sementes ou outros alimentos que possam ir parar nos divertículos, causando a inflamação.

   - Sintomas: Dor abdominal intensa, febre, náusea, vômito e alterações no hábito intestinal, sendo mais frequente a diarreia.

   - Complicações: Abscessos (coleções de pus), perfuração do cólon, peritonite (inflamação do revestimento abdominal) e sangramento podem ocorrer em casos graves.

 2. Perfuração e Abscesso:

Quando um divertículo se rompe, pode causar uma perfuração no cólon, levando à formação de abscessos ao redor do cólon.

   - Sintomas: Dor abdominal intensa, febre, calafrios, falta de apetite e, em alguns casos, sangramento retal.

   - Complicações: Infecções generalizadas, septicemia (infecção generalizada) e peritonite (inflamação do revestimento abdominal) são complicações graves associadas à perfuração e abscesso.

 3. Estenose da alça intestinal:

A estenose ocorre quando a cicatrização dos divertículos inflamados leva à estreitamento do cólon, o que pode dificultar o processo de passagem das fezes.

   - Sintomas: Constipação persistente, dor abdominal e distensão abdominal.

   - Complicações: Obstrução intestinal pode ocorrer em casos graves, levando a náuseas, vômitos e incapacidade de evacuar.

 4. Hemorragia intestinal baixa:

Pode ocorrer sangramento devido a ruptura de pequenos vasos sanguíneos nos divertículos.

   - Sintomas: Hematoquezia (sangue vermelho vivo nas fezes).

   - Complicações: Anemia por perda de sangue crônica, hipovolemia (baixo volume de sangue circulante) e necessidade de transfusão sanguínea em casos graves.

Métodos Diagnósticos:

1.       Tomografia Computadorizada (TC)de abdômen:

A TC pode fornecer imagens detalhadas do cólon, revelando inflamações, abscessos ou perfurações associadas aos divertículos.

2.       Exames de Sangue:

O hemograma, a dosagem sérica de proteína C reativa (PCR) e o VHS devem ser solicitados para verificar sinais de infecção ou anemia.

3.       Colonoscopia:

Este procedimento utiliza um tubo flexível com uma câmera na extremidade para examinar o cólon, permitindo a identificação dos divertículos e possíveis complicações, mas não deve ser indicado em casos de suspeita de diverticulite aguda, pois pode levar a perfuração dos divertículos e agravando o quadro.

 Tratamento:

1.       Modificação da Dieta:

Dieta rica em fibras para evitar constipação e reduzir a pressão intraluminal nos casos leves sem evidência de diverticulite aguda. Nos casos de diverticulite aguda deve-se  ingerir muito líquido e pouca fibra para dar descanso ao intestino.

2.       Medicamentos:

- Analgésicos e antiespasmódicos para controle da dor

-Antibióticos em casos de suspeita de diverticulite aguda

3.       Cirurgia:

   - Ressecção segmentar do cólon em casos de complicações graves ou recorrentes.

A compreensão aprofundada da doença diverticular é essencial para diagnósticos precisos e estratégias de tratamento eficazes. A abordagem deve ser personalizada para cada paciente, considerando a gravidade dos sintomas e as complicações associadas. O monitoramento regular e a intervenção oportuna podem reduzir significativamente as complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doença diverticular do cólon.

Caso esteja com algum sintoma ou dúvidas sobre a doença não hesite em procurar um médico gastroenterologista!

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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