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  5. Hepatite A: o que é, como se transmite, sintomas e...
Sumário

A hepatite A é uma infecção aguda causada pelo vírus da hepatite A (HAV), pertencente à família Picornaviridae. Trata-se de uma doença hepática autolimitada, altamente contagiosa, com transmissão predominantemente fecal-oral, sendo uma importante causa de surtos em locais com saneamento básico precário.

Como é contraída?

A principal via de transmissão do HAV é a ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo o vírus. A transmissão também pode ocorrer pelo contato direto com pessoas infectadas, especialmente em ambientes com higiene inadequada, como creches, instituições de longa permanência ou moradias superlotadas. Casos relacionados à transmissão sexual (especialmente sexo oral-anal) também têm sido relatados.

Sintomas da Hepatite A

O período de incubação varia de 15 a 50 dias (média de 28 dias). Muitos casos são assintomáticos, especialmente em crianças. Quando presentes, os sintomas incluem:

  • Mal-estar geral
  • Febre baixa
  • Náuseas, vômitos
  • Dor abdominal, especialmente no hipocôndrio direito
  • Colúria (urina escura)
  • Icterícia (pele e olhos amarelados)
  • Acolia fecal (fezes esbranquiçadas)

A fase aguda geralmente dura de duas a oito semanas, com recuperação completa na maioria dos casos.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite A é feito por meio de exames sorológicos. O principal marcador é o anticorpo IgM anti-HAV, que indica infecção recente e costuma estar presente desde o início dos sintomas. O anticorpo IgG anti-HAV indica imunidade, seja por infecção passada ou por vacinação.

Complicações

Embora rara, a hepatite A pode evoluir para formas graves, como hepatite fulminante, especialmente em idosos ou em pessoas com doenças hepáticas preexistentes, como cirrose. Outras possíveis complicações incluem colestase prolongada e anemia hemolítica autoimune, embora sejam menos comuns.

Fatores de risco

  • Condições sanitárias inadequadas
  • Consumo de água ou alimentos contaminados
  • Viagens a áreas endêmicas
  • Contato íntimo com pessoas infectadas
  • Atividades sexuais de risco (sexo oral-anal)
  • Trabalhadores de creches, instituições fechadas e manipuladores de alimentos

Quem deve se vacinar?

A vacina contra hepatite A é altamente eficaz e segura, sendo recomendada para:

  • Pessoas vivendo com HIV/AIDS.
  • Transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea.
  • Pessoas com hemofilia ou outras coagulopatias.
  • Pessoas com síndrome de Down ou erro inato do metabolismo.
  • Portadores de doenças que causam imunodeficiência primária ou secundária.
  • Candidatos a transplante.
  • Crianças a partir de 12 meses de idade
  • Pessoas com doença hepática crônica (incluindo hepatite B ou C, esteatose hepática e cirrose)
  • Viajantes para áreas endêmicas
  • Homens que fazem sexo com homens (HSH)
  • Manipuladores de alimentos
  • Populações em situação de vulnerabilidade social

O esquema vacinal completo inclui duas doses, com intervalo de 6 meses. Crianças a dose é única.

Medidas de prevenção

Além da vacinação, outras medidas são fundamentais:

  • Lavagem adequada das mãos após usar o banheiro e antes de manipular alimentos
  • Consumo de água potável e alimentos bem cozidos
  • Higiene rigorosa em ambientes coletivos, como escolas e creches
  • Uso de preservativos nas relações sexuais orais e anais

Conclusão

A hepatite A é uma infecção viral prevenível por meio de práticas básicas de higiene e vacinação. A detecção precoce, o manejo clínico adequado e a vacinação de grupos de risco são estratégias essenciais para o controle da doença. Profissionais de saúde devem estar atentos ao diagnóstico diferencial com outras hepatites virais e às indicações de imunoprofilaxia em contatos de casos suspeitos.

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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