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  5. Hepatite medicamentosa: entenda mais sobre os riscos das lesões hepáticas...
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Hepatite é o nome genérico que damos às inflamações no fígado, que podem ser causadas por diversos meios: doenças autoimunes, metabólicas, genéticas, álcool, substâncias tóxicas, vírus e medicamentos - sendo este último muito mais comum do que se pode imaginar, por um motivo bastante simples: qualquer medicamento pode causar hepatotoxicidade.

Por isso é importante abordarmos um pouco mais essa temática, a fim de conscientizarmos cada vez mais pessoas sobre os perigos da automedicação.

O que é a hepatite medicamentosa e quais são os sintomas?

Este tipo de hepatite é decorrente de uma inflamação aguda ou crônica, provocada pelo uso de fármacos de forma prolongada e/ou sem acompanhamento médico adequado, por exemplo, os antibióticos - representando vários riscos, não só ao fígado, mas à saúde como um todo.

Ela pode começar de forma assintomática, que é quando não sentimos nenhum sinal perceptível, e evoluir para sua forma sintomática - onde esse quadro inflamatório progride, podendo chegar na fase avançada.

Mal estar, náuseas, vômitos, febre e icterícia são alguns dos sintomas mais comuns que caracterizam o desenvolvimento da doença, e o grande problema são as lesões que acabam surgindo no fígado.

O que pode causar essa hepatite?

A existência de doenças hepáticas prévias, consumo de alguns chás, uso de anti-inflamatórios, medicamentos para emagrecer e analgésicos, por exemplo, são alguns dos fármacos mais comuns que podem causar LHID.

Confira outras drogas que podem causar lesões dependendo de suas doses:
- Acetaminofen (paracetamol)
- Drogas quimioterápicas principalmente se em conjunto com radioterapia
- Amodiaquina
- Hicantone
- Metrotrexate

Por sua vez, o mecanismo de LHID dose-independente é imprevisível e depende de características individuais de cada indivíduo, dificultando sua identificação.

Existem fatores de risco? Como evitar?

Os fatores que aumentam o risco de lesões podem incluir dose do fármaco, duração do tratamento, níveis sanguíneos, idade avançada, gênero, gravidez, estado nutricional (desnutrição e obesidade), distúrbios metabólicos coincidentes ou predisposição genética para reações de hipersensibilidade, exposição concomitante a outras drogas ou agentes ambientais, doença hepática subjacente e outras doenças crônicas como a diabete mellitus e a insuficiência renal crônica.

É provável que a predisposição individual para a LHID seja determinada geneticamente: indivíduos têm uma probabilidade de 25% de desenvolver a toxicidade adversa à droga, caso um parente de primeiro grau já tenha experimentado uma reação semelhante.

Como forma de prevenção desse tipo de hepatite recomenda-se apenas tomar remédios receitados pelo seu médico de confiança e nunca exceder as doses prescritas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de LHID é preponderantemente clínico, geralmente suspendendo o medicamento suspeito. Em alguns casos, é de difícil comprovação, em virtude da ausência de manifestações clínicas e bioquímicas específicas, sendo necessária a exclusão de outras patologias, como hepatite viral, álcool, hepatite autoimune, e doença pancreatobiliar.

Há algum tratamento?

Quanto ao tratamento, a maioria dos casos melhora espontaneamente, desde que sejam suspensos os medicamentos ou tóxicos envolvidos. Esse processo de recuperação do fígado pode demorar alguns dias ou até várias semanas.

Entretanto, alguns pacientes podem acabar adquirindo a forma crônica da hepatite, evoluindo até mesmo para cirrose hepática e, se a pessoa for exposta novamente ao uso do medicamento, a chance de reincidência da doença é grande.

Além disso, em alguns pacientes, a hepatite medicamentosa pode levar a hepatite fulminante, com necessidade de transplante hepático.

Fica o alerta

Esteja atento aos sinais do seu corpo, a hepatite medicamentosa pode surgir de forma silenciosa. Não se automedique e não se esqueça: apenas um profissional experiente pode avaliar, diagnosticar e indicar o melhor tratamento para cada caso.

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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