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  5. Nódulos benignos do fígado
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Quando se fala em nódulos benignos do fígado, trata-se dos cistos, nódulos sólidos hipervascularizados (hemangioma, hiperplasia nodular focal e adenoma hepático) e zonas poupadas de esteatose, os quais também serão descritos adiante.

Cistos hepáticos

São as lesões hepáticas mais comuns do fígado. De origem congênita, têm evolução benigna e podem ser diagnosticadas em qualquer faixa etária, afetando 1-7% da população. São nódulos com paredes finas, de conteúdo líquido. Cistos hepáticos isolados costumam ser detectados incidentalmente por ultrassonografia ou TC abdominal.

Em geral, são assintomáticos e não têm qualquer significado clínico. A rara e congênita doença hepática policística está associada à doença policística dos rins e de outros órgãos. Produz hepatomegalia nodular progressiva (por vezes, maciça) em adultos.

Ocasionalmente, cistos muito grandes causam dor ou sintomas decorrentes da compressão de outros órgãos. Nesses casos, pode-se considerar intervenção cirúrgica.

Outros cistos hepáticos incluem os seguintes:
• Cistos hidáticos (equinococose)
• Doença de Caroli: essa doença rara, autossômica e recessiva é caracterizada por dilatação segmentar cística dos canais biliares intra-hepáticos
• Cistadenoma: essa doença rara às vezes causa dor ou anorexia e é evidente na ultrassonografia; o tratamento consiste na ressecção do cisto.
• Cistadenocarcinoma: essa doença rara é provavelmente secundária à transformação maligna de um cistadenoma - tratamento consiste na ressecção hepática.

Hemangioma hepático

Os hemangiomas hepáticos são tumores benignos e são comumente encontrados em ecografias de abdômen. Eles estão presentes em cerca de 3 -20% da população e podem ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em mulheres. Geralmente, são assintomáticos e não requerem um tratamento específico. Entretanto, hemangiomas com 10 cm ou mais podem causar dores e, nesses casos, pode necessário procedimento cirúrgico.

Adenoma hepático

Este é um tumor benigno que oferece riscos à saúde, por existir chances de hemorragia, ruptura e transformação para câncer. A relação mulher/
homem é de 4:1, pricipalmente, entre 30 e 50 anos de idade, sendo o principal fator de risco o uso de anticoncepcionais hormonais. Esteróides androgênicos, diabetes e esteatose também podem ocasionar o aparecimento deste tumor.

Geralmente são assintomáticos, mas dor abdominal aguda pode ser causada por sangramento dentro do tumor, ruptura para o peritônio ou necrose tumoral. O risco de sangramento tem sido estimado em aproximadamente 20-30% em tumores > 5cm. Transformação maligna ocorre em 5-10% dos adenomas, em especial os > 4cm.

Em relação ao tratamento, pode ser realizada apenas a retirada do agente agressor, sendo indicada abordagem cirúrgica nas lesões sintomáticas, incerteza diagnóstica, lesões > 5cm e na presença de complicações, como hemorragia e transformação maligna.

Hiperplasia nodular focal

Apesar de ser o segundo tumor sólido benigno mais frequente no fígado, sua fisiopatologia ainda não é muito esclarecida. A prevalência é de 2.5 a 8%, afeta principalmente as mulheres (8:1), com pico de incidência entre a terceira e a quinta décadas de vida. Geralmente, são lesões únicas com diâmetro médio de 3-5cm, assintomáticas, que tendem a permanecer estáveis nos controles de imagem e não necessitam de tratamento específico.

Devo me preocupar?

No geral, cistos e nódulos hepáticos não precisam ser temidos, porém uma vez detectados, é indicado que haja acompanhamento profissional por um médico hepatologista para que sua evolução seja avaliada de forma cuidadosa e para que o tratamento adequado seja indicado.

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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