logotipo - dra Lilian Curvelo
  1. Home
  2. /
  3. Artigos
  4. /
  5. Carcinoma Hepatocelular e Hepatite B: Entenda o Risco e a...
Sumário

O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tipo mais comum de câncer primário do fígado, sendo uma consequência grave de doenças hepáticas crônicas, especialmente da hepatite B crônica. A hepatite B (HBV) é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento desse câncer, mesmo em pacientes que não têm cirrose. É importante que pessoas com hepatite B estejam cientes desse risco aumentado e sigam uma rotina de exames de rastreamento e uso contínuo de medicamentos antivirais, conforme a recomendação médica.

A Relação Entre Hepatite B e o Carcinoma Hepatocelular (CHC)

A infecção crônica pelo vírus da hepatite B (HBV) leva à inflamação persistente do fígado, o que pode causar cicatrizes (fibrose) e, eventualmente, cirrose hepática. Mesmo sem cirrose, pacientes com hepatite B têm um risco elevado de desenvolver CHC devido à replicação viral e aos danos contínuos nas células hepáticas. A presença do HBV no fígado pode alterar o DNA das células hepáticas, favorecendo o surgimento de células cancerígenas.

Quem Está em Maior Risco?

Os pacientes com hepatite B que possuem maior risco de desenvolver CHC incluem:

  • Pessoas com cirrose hepática: O risco de CHC é significativamente aumentado em pacientes com fibrose avançada ou cirrose.
  • Pacientes com alta carga viral de HBV: Altos níveis de replicação viral aumentam o risco de câncer, independentemente da presença de cirrose.
  • Histórico familiar de CHC: Ter parentes próximos que desenvolveram câncer de fígado é um fator de risco adicional.
  • Homens acima de 40 anos e mulheres acima de 50 anos: Idade avançada aumenta o risco de câncer de fígado em pacientes com hepatite B.
  • Pacientes que não utilizam tratamento antiviral adequado: Não controlar a replicação viral aumenta diretamente o risco de progressão para CHC.

A Importância do Uso de Medicamentos Antivirais

O tratamento antiviral para hepatite B tem como objetivo suprimir a replicação viral, o que reduz significativamente o risco de complicações hepáticas, como cirrose e CHC. Medicamentos como entecavir e tenofovir são frequentemente prescritos para impedir que o vírus se multiplique no fígado e cause mais danos. Manter a adesão a esses medicamentos é fundamental para proteger a saúde hepática e reduzir o risco de câncer.

Exames de Rastreamento: O Que Fazer?

O rastreamento regular para CHC é essencial para pacientes com hepatite B, mesmo que estejam se sentindo bem ou sem sintomas aparentes. A detecção precoce do CHC aumenta significativamente as chances de tratamento curativo. Os principais exames recomendados para o rastreamento incluem:

1. Exames de Imagem:

  • Ultrassonografia Abdominal: Deve ser realizada a cada seis meses para verificar a presença de nódulos ou massas no fígado. É um método simples e não invasivo.
  • Ressonância Magnética ou Tomografia Computadorizada (TC): Estes exames são mais sensíveis do que a ultrassonografia e são indicados para pacientes com maior risco ou em caso de achados inconclusivos no ultrassom.

2. Exames Laboratoriais:

  • Alfa-fetoproteína (AFP): Níveis elevados dessa proteína no sangue podem ser indicativos de CHC, embora nem todos os casos de câncer de fígado apresentem aumento da AFP.
  • Função Hepática: Testes como ALT, AST e bilirrubina devem ser monitorados para avaliar o estado geral do fígado.

3. Monitoramento da Carga Viral de HBV

  • Manter o controle da replicação viral é essencial para avaliar a eficácia do tratamento antiviral e ajustar conforme necessário.

Acompanhamento com o Hepatologista

O acompanhamento regular com um hepatologista é fundamental para o monitoramento contínuo da saúde hepática de pacientes com hepatite B. O hepatologista pode ajustar o tratamento antiviral, solicitar exames de rastreamento e acompanhar a progressão de qualquer alteração no fígado. A detecção precoce de qualquer alteração suspeita pode salvar vidas, pois tratamentos curativos, como ressecção cirúrgica ou transplante de fígado, são mais eficazes quando o câncer é diagnosticado em estágios iniciais.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!
a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Agende sua
Consulta

AGENDE AQUI
magnifiercrossmenuchevron-downarrow-down-circle