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  5. O que você precisa saber sobre o transplante de fígado?
Sumário

O fígado é um órgão vital e a maior glândula do corpo humano, responsável por inúmeras funções metabólicas relacionadas à digestão, quebras de nutrientes e gorduras ingeridos, produção de substâncias essenciais e neutralização de toxinas e de microrganismos.

Quando algum fator ou doença acomete o fígado de maneira aguda ou crônica, há uma diminuição ou perda da função hepática, a chamada falência hepática, sendo o transplante a única possibilidade de cura.

As principais indicações de transplante hepático são o hepatocarcinoma associado à cirrose, a cirrose alcoólica, a cirrose por hepatite B ou C e a doença hepática gordurosa não alcoólica do fígado. Outras indicações menos frequentes de transplante são a cirrose por doenças metabólicas, autoimunes ou colestáticas (das vias biliares) e a hepatite fulminante.

Quando é indicado?

Qualquer pessoa com insuficiência hepática aguda ou crônica ou câncer primário de fígado pode ser candidato ao transplante hepático, depois de esgotadas todas as demais alternativas de tratamento clínico e cirúrgico.

O transplante de fígado é claramente justificado em doenças hepáticas que apresentam grave comprometimento à saúde do paciente e redução da qualidade e expectativa de vida inferior a 20% ao final de 12 meses sem o transplante.

Doador

- Doador falecido: depois de obter a autorização da família para a utilização do órgão e a certificação de que o mesmo está em boas condições, ele é retirado integralmente do corpo do doador e conservado em condições especiais (soluções de preservação a 4º centígrados) para o transporte até o centro cirúrgico.

O doador cadáver é sempre um indivíduo com morte encefálica. A necessidade de funcionamento imediato do fígado transplantado impõe um rigor particular na escolha do doador, quaisquer que sejam as condições de urgência do receptor. Para reduzir os riscos, é preciso avaliar cuidadosamente a história clínica/exame físico do doador.

São realizados exames laboratoriais e sorológicos do doador (análise bioquímica, hematológica, testes de função hepática e renal, sorologias para hepatite, sífilis, Chagas, toxoplasmose, CMV, HIV e COVID19) além da avaliação visual e manual do fígado pelo cirurgião o que ajuda na tomada de decisão de se utilizar o órgão doado.

- Doador vivo: a técnica se baseia em retirar apenas uma parte do órgão saudável para ser implantado no paciente compatível. É bastante indicado em crianças, mas também pode ser indicado em adultos em determinados casos selecionados.

A fila de espera

A lista única para transplantes obedece a critérios de compatibilidade ABO, morfológicos, cronológicos e de gravidade. Os pacientes são escolhidos através de um programa informatizado do Sistema Nacional de Transplantes que indica os receptores mais adequados, segundo critérios previamente definidos. Ninguém pode alterar a sequência da lista única.

Cada inscrito pode acompanhar sua posição na lista junto à Central de Transplantes do Estado. Cada vez que surge um doador, a Central de Captação de Órgãos é informada e processa a seleção dos possíveis receptores para os vários órgãos.

Esta seleção leva em conta a compatibilidade de tipo sanguíneo e sistema ABO, compatibilidade anatômica (peso e altura), clínica e sorológica do doador e gravidade (MELD-Na e/ou situação especial), além do tempo de espera para o transplante.

O MELD (Model for End Stage Liver Disease) estima a gravidade do quadro e as chances de sobrevida em 90 dias de candidatos ao transplante a partir de quatro variáveis laboratoriais: o RNI (derivado do tempo de protrombina), o nível de bilirrubinas, a função renal estimada pelo nível de creatinina e o sódio.

O resultado vai de 6 a 40, sendo que quanto maior o escore, maior a gravidade e pior o prognóstico. O ordenamento dos candidatos em lista obedece ao valor do MELD, em valor decrescente.

Assim, aquelas pessoas com maior urgência para o procedimento, que não podem aguardar muito, são transplantadas primeiro, como no caso das hepatites fulminantes e não funcionamento primário do enxerto.

Mortalidade e sobrevida

A sobrevida de pacientes transplantados de fígado no primeiro ano é de 80 a 90%, em 5 anos de 50 a 70%, em 10 anos de 61% e 43% em 20 anos .

Houve uma grande melhora nas taxas de sobrevida nos últimos anos, com o avanço das técnicas cirúrgicas e descoberta de novas drogas imunossupressoras, possibilitando ao paciente transplantado viver por anos, com excelente qualidade de vida.

É fundamental realizar o acompanhamento médico e não interromper a medicação imunossupressora.

Seja um doador de órgãos! Doe VIDA!

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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