Ao longo das últimas décadas, a necessidade de se cultivar hábitos saudáveis se solidificou na comunidade científica. Novos esforços, na área da saúde como um todo, buscam (re)transformar o estilo de vida da população em geral. Se vivemos na era da informação, por que nos deparamos com novas pandemias de doenças crônicas e que impactam, diretamente, o trato digestivo?
Uma das respostas para essa questão é a alimentação. O crescimento da globalização no século passado, o grande êxodo rural e a urbanização, em acompanhamento ao crescimento econômico, mudaram drasticamente a nossa relação com o que, como e onde comemos. Hoje os fast-foods se expandem em uma velocidade assustadora e isso é um reflexo – e um lembrete – de que a nossa alimentação piorou em níveis preocupantes.
É comum que a rotina atribulada e a má gestão do tempo, o que engloba diversos fatores como gênero, classe social e poder aquisitivo, impactem a forma como comemos. É cada vez mais comum que as pessoas economizem o tempo de cozinhar para descansar e esperar o delivery, ou comer fora aos fins de semana. E isso é determinante para que nós, médicos, estejamos cada vez mais preocupados com esse estilo alimentar altamente rico em carboidratos, açúcares, gorduras ruins e alimentos ultraprocessados.
Esse tipo de dieta é altamente prejudicial à nossa saúde, principalmente ao nosso trato digestivo. É preciso que nossa saúde seja vista como uma grande extensão em que diversos órgãos se comunicam. Se, por exemplo, sua alimentação prejudica o seu microbioma intestinal, isso afetará não apenas a sua digestão, mas a sua imunidade, a sua saúde mental e, eventualmente, pode contribuir até mesmo para o desenvolvimento de doenças autoimunes.
Os nossos hábitos alimentares influenciam diversos outros processos do nosso organismo, importantes para a nossa qualidade de vida. Se você come mal à noite, consequentemente você irá dormir mal. Se você come mal antes e depois de treinar, consequentemente prejudicará o seu crescimento e fortalecimento muscular. Se você prioriza alimentos industrializados, ricos em açúcares e gorduras trans, a chance de você desenvolver doenças cardiometabólicas aumentará consideravelmente.
Será que é possível mudar esse cenário? Sim, é possível, em níveis coletivos e individuais. E o meio para essa mudança é a reeducação alimentar. Reeducação alimentar não significa apenas colar uma dieta na sua geladeira... é repensar a qualidade dos seus alimentos e sua relação com eles, de onde vem o que você come, como comer de maneira saudável, levando em consideração suas particularidades, e, principalmente, perceber que o tempo que você dedica à sua alimentação é dedicado, também, à sua saúde e longevidade.
Aplicar o ditado “você é o que você come” à nossa vida pode não ser uma tarefa tão simples, mas com a orientação profissional adequada e direcionando o seu foco às práticas preventivas em relação à sua saúde, não é impossível! Que tal colocar isso em prática? Busque ajuda médica, investigue todas as suas necessidades e carências, converse com o profissional a respeito das suas práticas alimentares e, com isso, dê o passo inicial para uma mudança em busca do seu bem-estar!
Informação, orientação e ajuda podem transformar o seu estilo de vida!