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  5. Hiperferritinemia: um alerta para a saúde do fígado
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O ferro é um elemento essencial para a nossa saúde e para que este mineral seja corretamente armazenado no interior das nossas células, existe a ferritina. A ferritina é uma proteína produzida principalmente pelo fígado, atuando no transporte do ferro e medindo o processo de inflamação. Por estar envolvida nesse mecanismo, é comum que haja uma proporcionalidade nos níveis da proteína com os do mineral.

No entanto, quando exames laboratoriais de rotina detectam níveis elevados de ferritina, é um sinal de alerta. Para se ter uma ideia, uma ferritina é capaz de se ligar a até 4.000 átomos de ferro. Quando ela está baixa, pode revelar uma deficiência de ferro e, quando está elevada (hiperferritinemia), pode estar associada a múltiplas causas.

Os valores de ferritina considerados normais são 30-300 ng/L em homens e 15- 200 ng/L em mulheres. Vale lembrar que, no sexo feminino, os níveis de ferritina são influenciados por perdas fisiológicas de ferro que ocorrem durante gravidez, menstruação e lactação, portanto é sempre prudente realizar mais de uma dosagem laboratorial para confirmação.

O que pode causar essa condição?

As causas podem ser diversas, como maior liberação de ferritina das nossas células por processos inflamatórios e lesão celular; aumento na produção celular de ferritina por consumo de álcool; sobrecarga de ferro por condições genéticas (hemocromatose hereditária); aumento do aporte de ferro após múltiplas transfusões; ingestão de suplementos alimentares ou por maior liberação de ferro por destruição das hemácias (anemia hemolítica).

Entretanto, aproximadamente 90% dos pacientes diagnosticados com hiperferritinemia apresentam consumo excessivo de bebidas alcoólicas, doenças inflamatórias, infecciosas ou autoimunes hepáticas e extra-hepáticas.

Altos níveis de ferritina também podem ser encontrados em algumas doenças do fígado, tais como hepatites virais e doença hepática gordurosa não alcóolica (gordura no fígado). Apenas 5%-10% dos casos de hiperferritinemia são decorrentes de sobrecarga de ferro.

Quais são os sintomas?

A hiperferritinemia não provoca sintomas por si só, eles podem ocorrer dependendo da doença subjacente responsável pela elevação da ferritina.
Cansaço, fraqueza, impotência, dor abdominal, perda de peso, dor nas articulações, queda de cabelo, alterações nos ciclos menstruais, arritmias, inchaço e atrofia testicular são os sinais mais comuns.

Como é feito o diagnóstico?

Através do histórico clínico e familiar, exames físicos e de laboratório, são alguns dos métodos capazes de diagnosticar a hiperferritinemia e suas causas. Mas é importante o diagnóstico diferencial entre hiperferritinemia isolada e sobrecarga de ferro de causa hereditária, ou seja hemocromatose, porque há risco de desenvolvimento de cirrose hepática e outras complicações decorrentes do excesso de ferro no organismo.

Existe tratamento para hiperferritinemia?

Para a indicação do tratamento deve ser considerado o controle da causa subjacente da hiperferritinemia, podendo incluir cuidados para com processos infecciosos e/ou inflamatórios - quando presentes - e controle da síndrome metabólica associada a doença hepática gordurosa não alcoólica (com mudanças de estilo de vida, principalmente alimentar). Seguindo as orientações médicas, a normalização da ferritina ocorre dentro de 6-8 semanas, na maioria dos casos.

Mas não se esqueça: apenas o médico pode avaliar, diagnosticar e indicar o melhor tratamento para cada caso. Procure sempre seu médico de confiança!

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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