O Brasil possui o segundo maior programa público para transplantes de órgãos do mundo - no entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), existe uma alta taxa de recusa de doação por parte de parentes - o número beira a metade, chegando a 43%, enquanto a taxa mundial é de 25%.
Por isso, neste mês, celebramos o Dia Nacional da Doação de Órgãos no dia 27 de setembro e, para aumentar a conscientização e visibilidade dessa pauta tão importante, foi criada a campanha Setembro Verde.
O que é a doação de órgãos?
Consiste em um procedimento cirúrgico em que um órgão ou tecido de uma pessoa adoecida é reposto por um saudável, sendo este doado por pessoas vivas ou que já faleceram.
No caso de doadores vivos, um dos pré-requisitos para a doação é que essa não incorra em prejuízo para o indivíduo. Nesses casos, as doações podem ser de um órgão inteiro (um dos rins) ou de partes de um órgão (pulmão, fígado ou medula).
Já quando o paciente faleceu e a morte encefálica é constatada, este pode ser um doador, desde que a família autorize o procedimento.
Diversos órgãos e tecidos podem ser doados e ajudar a salvar vidas, por exemplo: coração e válvulas cardíacas, rins, pâncreas, intestinos, fígado, pulmões, pele, ossos, tendões e córneas.
É importante salientar que o processo de remoção é feito cirurgicamente e não alteram a aparência do corpo do doador falecido - um medo que é recorrente entre os familiares.
Quem recebe os órgãos?
Quando os órgãos são doados, eles se destinam a pacientes que precisam de transplantes, de acordo com a lista do Sistema Nacional de Transplantes.
Nesta relação de pacientes, estes são organizados pela gravidade da doença. Outros fatores que influenciam o destino da doação são o tempo de espera e o tipo sanguíneo de ambos indivíduos - doador e receptor.
Doar salva mais vidas do que se imagina
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019, as doações de órgãos e tecidos permitiram a realização de 27.688 transplantes em todo o Brasil, quase tudo custeado diretamente pelo SUS (96%).
No entanto, esses números ainda estão longe do ideal. Só em 2018, o número de ingressantes nas filas de transplantes foi de 30.604 pessoas, das quais 1.146 eram crianças.
Desses mais de 30 mil pacientes, 2.851 morreram por não conseguirem um doador. Por isso o incentivo à campanha de doação de órgãos é tão importante, pois a estimativa é que uma única pessoa doadora pode salvar até 8 vidas.
Como me tornar um doador?
O passo mais importante é avisar seus familiares. Como não existe nenhum tipo de cadastro ou documento que formalize ou garanta essa decisão, é de responsabilidade dos familiares e entes próximos informarem, no caso de falecimento, que a pessoa era doadora.
Doar um órgão pode significar a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas que aguardam a oportunidade de receber um novo órgão, portanto, ser doador é continuar existindo, promovendo a permanência e qualidade de vida de outro ser humano.
Contribua para essa campanha
Para aderir, basta conversar com sua família e explicar que você quer ser um doador. Outra coisa que pode ser feita é divulgar essas informações - muitas pessoas não sabem o quão simples é se tornar um doador e muitas não o fazem por desconhecerem a importância dessa escolha.
Ajude ativamente compartilhando essa matéria com as pessoas que você conhece e salve vidas!