Hoje é o dia internacional da NASH - o dia internacional de combate à gordura no fígado. É cada vez mais importante conversar e conscientizar sobre as condições médicas atreladas a esse quadro, não só porque a incidência dessas doenças no mundo vem aumentando de forma preocupante, mas principalmente pelo motivo de que podem ser tratadas preventivamente.
Uma das mais frequentes doenças que pode acometer o fígado, na atualidade, é a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica. Sua prevalência é estimada em até 30% na população ocidental e, entre seus perigos, estão os riscos aumentados de desenvolver doenças cardiovasculares e doenças hepáticas.
O que caracteriza a doença é o acúmulo de gordura nas células do fígado por indivíduos que não tem o hábito de ingerir álcool. Se a gordura acumulada no órgão ultrapassa a média de 5%, é denominado Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica - conhecida também como DHGNA.
As causas de desenvolvimento atrelados à DHGNA são diversos e sua incidência é maior em homens acima de 50 anos, mas também ocorre em mulheres, crianças e adultos jovens com obesidade e mais raramente em pessoas magras.
A obesidade é um dos principais motivos de desenvolvimento da doença, junto com diabetes, hipertensão, excesso de colesterol ou de triglicerídeos e fatores genéticos.
Ao longo do seu quadro, a DGHNA pode ser menos progressiva ou mais. Nos casos mais graves, esta pode caracterizar a Esteato-Hepatite Não Alcoólica, chamada NASH. A NASH oferece maiores riscos de desenvolvimento de complicações - como cirroses e cânceres - e, para se ter uma ideia, estima-se que até 3% da população ocidental pode sofrer da condição e que ¼ dos adultos portadores podem desenvolver cirrose.
O grande risco atrelado à doença é que os sintomas demoram a aparecer, o que pode levar a inflamação crônica do órgão e suas complicações - e, quando o paciente vai buscar ajuda, pode já estar com o quadro avançado, ou seja cirrose hepática e/ou câncer primário de fígado.
O tratamento consiste em controle dos fatores de risco e mudanças no estilo de vida - ou seja, quanto mais precoce for detectado, mais cedo a doença pode ser tratada . O diagnóstico é realizado através de exames de sangue ou de imagem, mais comumente através da ultrassonografia, ou através de exames mais especializados como a Ressonância Magnética do abdômen e a Elastografia Hepática.
O tratamento consiste na adoção de dietas equilibradas e em atividades físicas aeróbicas diárias, ambas visando principalmente a diminuição do peso e do acúmulo de gordura geral. Existem medicamentos em fase de desenvolvimento em outros países ainda não disponíveis em nosso meio.
Por isso, as recomendações para prevenção são, essencialmente, três: a realização de exercícios físicos diariamente; a adoção de uma dieta rica e equilibrada; e, sobretudo, o acompanhamento médico preventivo. A realização periódica de exames é, ainda, a melhor forma de detectar precocemente e tratar a DHGNA e a NASH, impedindo consequências indesejáveis a longo prazo e prezando por uma vida sadia.
Consulte sempre um médico antes de mudar seus hábitos e nunca se esqueça dos exames de rotina!