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  5. A Conexão entre Diabetes e Doenças do Fígado
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A diabetesteato-hepatite condição crônica caracterizada por hiperglicemia, tem se tornado uma epidemia global, afetando milhões de pessoas. A relação entre diabetes e doenças do fígado é complexa e multifatorial, implicando um aumento significativo na prevalência de distúrbios hepáticos entre indivíduos diabéticos. Neste artigo, discutiremos como a diabetes pode impactar a saúde do fígado, os tipos de doenças hepáticas mais comumente associadas e as estratégias de prevenção.

Imagem ilustrativa destacando a relação entre Diabetes Mellitus e o fígado, com desenho de um fígado, glicosímetro e lupa. Foto e nome da Dra. Lilian Curvelo.

Prevalência

Estudos mostram que cerca de 70% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam algum tipo de doença hepática, sendo a esteatose hepática associada a disfunção metabólica (MALSD) a mais prevalente. A MALSD, caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado em indivíduos que consomem pouco ou nenhum álcool, é considerada uma das principais complicações do diabetes. Além disso, a diabetes também está associada a condições mais graves, como a esteato-hepatite associada a disfunção metabólica (MASH) e cirrose, além do hepatocarcinoma.

Como a Diabetes Afeta o Fígado

A hiperglicemia e a resistência à insulina, comuns na diabetes tipo 2, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de doenças hepáticas. O excesso de glicose no sangue pode ser convertido em gordura no fígado, contribuindo para a MALSD. A resistência à insulina promove um estado inflamatório que pode levar à fibrose hepática, progressão para MASH e, eventualmente, cirrose.

Além disso, os pacientes diabéticos frequentemente apresentam dislipidemia, que está associada ao aumento de lipídios no fígado e à inflamação. A combinação de resistência à insulina, obesidade e inflamação crônica torna o fígado vulnerável a lesões, aumentando o risco de complicações graves.

Tipos de Doenças Hepáticas Relacionadas à Diabetes

  1. Esteatose Hepática associada a disfunção metabólica (MALSD): A condição mais comum em diabéticos, caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado sem o consumo excessivo de álcool. A MALSD pode evoluir para a esteato-hepatite associada a disfunção metabólica (MASH), que leva a inflamação, fibrose.
  2. Esteato-hepatite associada a disfunção metabólica (MASH): Uma forma mais grave de MALSD, associada à inflamação e fibrose. Pacientes com MASH têm maior risco de progressão para cirrose e hepatocarcinoma.
  3. Cirrose: Estágio avançado de fibrose hepática que pode resultar de MASH ou hepatite viral. A cirrose pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática e hepatocarcinoma.
  4. Hepatocarcinoma: A diabetes, especialmente em pacientes com MASH e cirrose, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de fígado, conhecido como hepatocarcinoma. A presença de diabetes está associada a um aumento na mortalidade por causas hepáticas, enfatizando a necessidade de monitoramento regular e intervenção precoce.
  5. Hepatite Viral: A diabetes também pode aumentar a gravidade das hepatites virais, como a hepatite B e C, complicando o manejo e aumentando o risco de progressão para doença hepática crônica.

Gravidade da Doença

A gravidade das doenças hepáticas em pacientes diabéticos é preocupante. Estudos demonstram que a presença de diabetes está associada a um aumento significativo na mortalidade por causas hepáticas. A progressão de doenças como MASH e cirrose pode ser acelerada em indivíduos diabéticos, tornando a monitorização e a intervenção precoce essenciais.

Estratégias de Prevenção

A prevenção de doenças hepáticas em pacientes diabéticos requer uma abordagem multifacetada:

  1. Controle Glicêmico: Manter níveis adequados de glicose no sangue é fundamental. O uso de medicamentos antidiabéticos que promovem a perda de peso e melhoram a sensibilidade à insulina pode ser benéfico.
  2. Mudanças no Estilo de Vida: Incentivar a prática regular de exercícios físicos e uma dieta balanceada pode ajudar a reduzir a gordura hepática e melhorar a saúde geral.
  3. Monitoramento Regular: Exames de função hepática devem ser realizados periodicamente em pacientes diabéticos para detectar sinais precoces de disfunção hepática.
  4. Educação do Paciente: Informar os pacientes sobre a relação entre diabetes e saúde do fígado pode motivá-los a adotar um estilo de vida mais saudável e a realizar exames de rotina.

A conexão entre diabetes e doenças do fígado é inegável e merece atenção especial tanto de profissionais de saúde quanto de pacientes. A prevenção e o manejo eficaz da diabetes são cruciais para reduzir o risco de complicações hepáticas, incluindo o hepatocarcinoma. Um enfoque proativo pode resultar em melhores desfechos para a saúde hepática e uma qualidade de vida aprimorada para aqueles afetados pela diabetes.

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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