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Agora que você já sabe o que é a Esteatose Hepática (um dos espectros da Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica - DHGNA) - como ela surge, quais podem ser suas causas e fatores de risco, como é feito o diagnóstico e o tratamento - chegou a hora de falarmos de algo primordial, tanto para prevenção como uma das estratégias de tratamento.

Visão geral

A doença ocorre pelo excesso de gordura acumulada no fígado (>5%) decorrente na grande maioria dos casos de maus hábitos de alimentação e sedentarismo.

Muitas pessoas, buscando evitar ou contornar a Esteatose Hepática, acabam se arriscando em dietas e jejuns radicais encontrados na internet - os quais não resolverão o problema e poderão, até mesmo, prejudicar ainda mais o organismo. Vamos descobrir o que realmente funciona?

Mudanças no estilo de vida

Dieta

O mais indicado para esse quadro de saúde é a elaboração de um programa de perda de peso de forma saudável e gradual. Este plano deve restringir o consumo de alimentos e bebidas ricos em açúcares, gorduras e/ou muito calóricos ao máximo, tais como: carne vermelha, laticínios integrais, alimentos enlatados, frituras, fast foods, embutidos, bebidas alcoólicas e refrigerantes, sucos de frutas industrializados, achocolatados, entre outros.

Recomenda-se que a dieta de pacientes com DHGNA tenha baixo teor de carboidratos e de frutose, mas não dever se restringir muito o consumo de carboidratos. Deve ser lembrado que não é a frutose da fruta ou industrializada o fator de risco para esteatose, mas sim o excesso de calorias ingeridas.

Falamos das restrições, mas e quanto aos alimentos que auxiliam no tratamento? Deve-se acrescentar comida de verdade ao cardápio, ou seja, rica em peixes, frango, grãos, sementes, cereais integrais, leguminosas, oleaginosas, frutas e verduras, e evitar os ricos em carboidratos.

Exercícios físicos

A prática de exercícios deve acompanhar a dieta proposta e apresentar uma certa frequência. Logo, recomenda-se que os pacientes iniciem uma rotina de treinos de ao menos 50 minutos/dia, 3 ou 4 vezes/semana - com atividades que podem variar entre aeróbico, exercícios de resistência e com carga. Mas, claro, sempre com indicação e acompanhamento de um profissional.

Controle das doenças associadas

Além da obesidade, a diabetes tipo II e a dislipidemia também estão entre os principais fatores de risco para a DHGNA. Portanto, o tratamento destas enfermidades se faz necessário para colaborar com a reversão do quadro de acúmulo lipídico no fígado.

Medicamentos

Alguns medicamentos usados para tratar a Diabetes do tipo II mostraram ter benefício no tratamento da doença hepática gordurosa, como os agonistas do receptor de GLP1 (Liraglutida e Semaglutida) e os inibidores do SGLT2 (Empagliflozina, Dapagliflozina e Canagliflozina). Mas só devem ser usados após avaliação médica cuidadosa!

A metformina não é indicada como medicação específica para a esteatose hepática.

A vitamina E pode ser indicada em casos em que há diagnóstico de NASH (esteatohepatite) na biópsia hepática.

A utilização de medicamentos ditos hepatoprotetores como a silimarina, metionina, betaína HCl, entre outros, não apresenta dados científicos que permitam sua indicação no tratamento da doença hepática gordurosa. O uso de prebióticos e probióticos também não mostrou evidência científica benéfica para o seu uso.

Considerações finais

O fato é que ter uma boa alimentação, somada à prática de atividades físicas regulares, ainda é um dos melhores meios para prevenção e tratamento da Esteatose Hepática - uma vez que perda ponderal de 7 a 10% item impacto favorável na redução da atividade necroinflamatória do fígado, podendo desta forma impedir que a doença evolua para as formas mais graves - fibrose, cirrose hepática e câncer de fígado.

Procure o seu médico hepatologista e tire suas dúvidas!

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a imagem mostra a Dra Lilian Curvelo de frente para a câmera, sorrindo e com a mão apoiada no queixo
Dra Lilian Curvelo
CRM 78.526/SP
RQE 84418 - Gastroenterologia

Sou médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda.

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